Balsa Belém x Manaus
20/09/15 à 29/09/15
No dia 21/09
pela manhã eu e o nosso amigo Abisai que conhecemos nos Lençóis saímos para
encontrar empresas que fazem a travessia Belém x Manaus, depois de muita
procura e não encontrarmos nada decidimos fechar com a empresa TCD a qual eu e
a Jô já tínhamos pesquisado antes de ir para Ilha de Marajó, fechamos para sair
no mesmo dia, este trajeto tem outra opção que é de navio que também leva o
carro, fomos atrás, mas os preços são um absurdo além de levar mais de 500
pessoas e tem que dormir em redes e ainda há uma incidência muito grande de
roubos e tem parada em quase todas as cidades, por este motivo que decidimos ir
de balsa. A TCD é a única que permite ir o acompanhante do motorista, e da
direito a 03 refeições diárias, carregamos o carro às 18h00min e saímos às
22h00min, a balsa funciona da seguinte maneira, ela tem um barca que vai atrás
empurrando, nós conhecia apenas balsas que já tem o motor junto, aprendemos que
neste caso chama-se ferry boat, a nossa chama-se balsa com empurrador, tinha 08
tripulantes, sendo 03 para manutenção do motor 04 para o comando e 01
cozinheira, a balsa carrega aproximadamente 45 carretas e vai pelo rio
amazonas, primeiro passa pelo rio Pará, depois por um estreito chegando ao rio
Amazonas, viajamos sempre numa velocidade baixa, a distância entre Belém até
Manaus pelo rio é de 848 milhas, cada milha compreende 1.852m, somente no
estreito ficamos por 17h00min horas dentro da média, a previsão de chagada é de
07 dias.
A cozinheira
Suzi faz uma comida muito gostosa e os tripulantes são simples e educados, em
geral as empresas mandam apenas a carreta pela balsa e outro motorista com
outro toco engata a carreta em Manaus, ou o motorista deixa o caminhão na balsa
e vai de avião até Manaus, do total de 45 caminhões estavam na balsa apenas 07
pessoas, um caminhoneiro carioca Reginaldo e sua esposa cearense Neiva, um
gaúcho Diego, um Baiano Arenilson e um Paulista Natal.
A todo
instante chagavam os ribeirinhos na balsa para vender seus produtos, açaí,
peixe, camarão e gomas (tapioca), muitas vezes para fazer trocas ou pedir por alimentos.
Nossa rotina
era acordar cedo, mas muito cedo, admirar a natureza que por sinal é muito
linda, fugir do sol ao lado dos caminhões, pois a balsa não tem cobertura, pela
manhã todos na frente e a tarde todos atrás, curtir o lindo nascer e por do
sol, na madrugada sempre acordávamos para ver as estrelas, pois o céu é muito
limpo parece que fica até mais baixo, é incrível, ver os botos acompanharem
nossa balsa, bater muito papo com o pessoal.
Fomos
aterrorizados pela tripulação falaram que a noite tinha muito carapanã os
devoradores mosquitos, mas tivemos muita sorte, pois não apareceram em grande
quantidade.
Os horários de
refeição devido o trabalho dos tripulantes era café da manhã começava as
05h00min, almoço 11h00min, jantar 16h30min.
Infelizmente a
região não tem boas estradas, tínhamos a opção para ir pela transamazônica, mas
não existe a menor condição, não tem asfalto é muita lama sem manutenção,
percebemos que tem muito interesse em manter o transporte apenas pelo rio, os
valores que os caminhoneiros pagam na balsa é exagerado.
A vida dos
ribeirinhos é um caso a parte, pois eles são independentes financeiramente,
como passa muitas embarcações o comércio é grande, eles vendem de tudo, e ainda
tem compradores que passam periodicamente para recolher peixe, camarão, açaí
entre outros, além que recebem o seguro pesca, então concluímos que eles não
têm as facilidades que temos na cidade, mas também não passam os estresses que
passamos, é uma questão de adaptação, cada um no seu lugar.
O transporte
no rio é intenso, encontramos barcos lotados de passageiros, são os ônibus
deles.
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