Parque Nacional Serra da Capivara (São
Raimundo Nonato-PI)
30/08/15 à
02/09/15
Após 1265 km
chegamos a São Raimundo Nonato no Piauí, uma das cidades onde está o Parque
Nacional Serra da Capivara, durante o percurso encontramos muitas situações e
cidades diferentes, primeiro as cidades, todas pequenas e carentes com pouca
infra-estrutura, um contraste grande, em quase todas as cidades tem redutor
eletrônico de velocidade e placas de sinalização com os dizeres “respeite as
sinalizações de trânsito”, porém encontramos motoqueiros sem capacete a as vezes
com a família inteira na moto, caminhonetes com carrocerias baixas carregando
animais e pessoas, o hábito de jogar lixos na rua é normal, também em quase
todas as saídas das cidades muito lixos na estrada, parece que não existem
aterros sanitários, mas o povo é muito acolhedor, sempre que precisamos estavam
a disposição para nos ajudar, talvez
pelo fato de não haver transporte público, tem muitas motos e também moto-táxi,
todas elas possuem várias praças com uma segurança enorme e a vegetação apesar
de ser época de seca em geral todas as árvores
estavam sem folhas, contrastavam com os ipês amarelos floridos.
Primeira noite
passamos em Bom Jesus-PI, passamos por Alvorada da Gurguéia onde conhecemos a
casa da D. Mujica, senhora de 78 anos lúcida e querida, mora lá desde os anos
50, mostrou seu sítio onde desfrutamos de um pomar com vários cajueiros que até
colhemos direto do pé, uma fruta muito saborosa e suculenta, tinha um pica-pau
igual ao do desenho, ficamos encantados com ela e seu modo de vida tranqüilo,
ao lado mora o filho dela que na sua propriedade foi feito o primeiro poço
artesiano do Brasil segundo o que ele informou, isso foi nos anos 70. Depois em
Canto do Buriti paramos para compras no mercado e até São Raimundo Nonato
andamos 110 km numa estrada que deveria ter cinco ou seis curvas, o restante só
retas.
Quando
chegamos constatamos um fato triste, por ser a cidade mais próxima de um ponto
turístico conhecido mundialmente não tem uma central de atendimento ao turista,
procuramos pela cidade e alguns comerciantes indicaram a D. Socorro que tem uma
loja no centro da cidade Help Confecções, ela que faz um trabalho de divulgação
do Parque, isso informalmente e voluntariamente, mais para ajudar quem chega na
cidade, inclusive ligou para seus conhecidos para arrumar um local seguro onde
ficaríamos, agradecemos imensamente essa pessoa que não visou interesse
próprio. Estamos decepcionados com o poder público. Após conversarmos com
vários moradores para saber como era o sistema de passeios no parque, só
ouvimos a seguinte resposta, só com guia, ai perguntava novamente com conseguir
falar com um guia, pois não tinha local para isso, depois descobrimos que os
hotéis entravam em contato com eles, falamos com alguns, mas informações eram
sempre por telefone, como saber qual tipo de passeio era o melhor se não
tínhamos nem um folheto, por fim conseguimos contato como um guia por telefone
que disse que o valor era tabelado de R$120,00 a diária, e como nosso carro
não tinha lugar ele iria alugar uma moto para ir à frente e nós deveríamos
pagar mais R$20,00 de gasolina, sendo assim gastaríamos R$190,00 para um dia
de passeio, lógico que não fechamos, depois de muita luta encontramos numa
pousada um professor de Petrolina que iria fazer o passeio no dia seguinte com
seus alunos, como tinha vaga entramos junto no grupo, assim ficou mais barato,
pagamos R$50,00 para os dois.
No parque
conhecemos o cartão postal do parque, a pedra furada e muitas pinturas
rupestres, realmente o parque é maravilhoso, o Parque Nacional Serra da
Capivara é um gigantesco museu a céu aberto com animais, plantas e paisagens
impressionantes. Possui mais de 800 sítios arqueológicos com pinturas
rupestres, fósseis humanos e de animais já extintos, criado em 1979 pela equipe
da arqueóloga Niéde Guidon, o parque precisa de pelo menos 10 dias para
conhecer bem, como não é o nosso objetivo conhecemos apenas o mais importante,
no final da tarde passamos no povoado do barreirinho, numa fábrica de cerâmica
serra da capivara que faz peças inspiradas nos desenhos rupestres, ali a Jô
tentou fazer uma peça que depois ganhou de presente do funcionário Josias que
orientou ela. Ainda no retorno paramos na casa de um senhor para apreciar
vários pássaros exóticos que estavam numa mangueira. Também na cidade visitamos
o museu do Homem Americano e conhecemos duas araras moradoras do museu, pagamos
R$10,00 por pessoa e no centro tomamos um suco de uma fruta que é
originariamente da região chamado Umbu e o suco é chamado de Umbuzada.
Queremos
agradecer as seguintes pessoas: Na pousada Zabelê o Luiz que nos ajudou com os
guias e o Paulo que sugeriu o suco de Umbu, também os José Neto e o Volnei do
Hotel Bela Vista que nos ajudaram bastante.
A população da
cidade está sofrendo muito, conforme informações dos moradores a +ou- quatro
anos atrás parou o fornecimento de água potável, agora eles recebem uma água
salgada que vem de um reservatório e não é boa para consumo, apenas para banho
e limpeza, para o resto tem que comprar água mineral, imagine o custo para este
povo, mesmo assim a cidade tem uma festa do padroeiro que é de 09 dias, muito
bonita, vem moradores de toda a região.
Resumindo o
parque é importante, mas não recebe ajuda de custo suficiente para manutenção e
para novas pesquisas do poder público, soube que o Aeroporto da cidade faz 17
anos que era para ficar pronto.
Passaremos
mais uma noite aqui e depois vamos para Teresina.
Durante o caminho
Parque
Museu
Cidade
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